O bairro que mais parece uma cidade, assim é a Cidade Tiradentes, situada no extremo leste da Capital, a 35 quilômetros do marco zero da cidade, a Praça da Sé.
O Distrito de Cidade Tiradentes abriga o maior complexo de conjuntos habitacionais da América Latina, com cerca de 40 mil unidades de moradia, a maioria delas construídas na década de 1980 pela COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) e por grandes empreiteiras utilizando o último financiamento expressivo para a habitação do BNH (Banco Nacional da Habitação), antes de seu fechamento.
No final dos anos 70 do século XX, o poder público iniciou o processo de aquisição de uma gleba de terras situada na região que era conhecida como Fazenda Santa Etelvina, então formada por eucaliptos e trechos de Mata Atlântica. Prédios residenciais começaram a ser construídos, modificando a paisagem e o local começou a ser habitado por enormes contingentes de famílias que aguardavam ser chamadas no cadastro para aquisição da sonhada casa própria.
Um complexo produzido por uma visão de ação pública que compreende o urbano de forma instrumental e produtivista.
Muitas pessoas vieram para a Cidade Tiradentes em busca da realização do sonho da casa própria, embora boa parte tenha se deslocado a contragosto, na ausência de outra opção de moradia.
A identidade dos moradores de Cidade Tiradentes está diretamente relacionada ao processo de construção do bairro que, embora partisse de um projeto de construção de moradias para sanar o déficit habitacional, não tomou em conta as necessidades básicas da população como equipamentos de saúde, educação, lazer, segurança, ambientes de convívio comunitário, etc.
O fato de não terem encontrado no local uma infra-estrutura adequada às suas necessidades e de a região não oferecer suficientes oportunidades de trabalho fez com que o distrito se transformasse num “bairro dormitório” para alguns e um “bairro de passagem” e não de destino para outros, impedindo a todos de se envolverem numa visão de “fincar raízes”, de lutar e trabalhar pelo desenvolvimento da Cidade Tiradentes.
O Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Prefeitura do Município, por meio do Plano de Expansão do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, construiu a Escola Técnica Estadual de Cidade Tiradentes com o objetivo de oferecer qualificação profissional aos habitantes de Cidade Tiradentes e cercanias. Trata-se de um complexo com 12 salas de aula, 11 laboratórios (gestão, informática, segurança do trabalho, farmácia, nutrição e dietética, ciências).
A partir de fevereiro de 2009 tiveram início as aulas das primeiras turmas dos cursos técnicos de Administração de Empresas, Contabilidade, Logística, Saúde e Segurança do Trabalho, além do Ensino Médio. No primeiro semestre de 2010 têm início as aulas do curso técnico de Nutrição e Dietética.
Assim, a ETEC de Cidade Tiradentes pretende contribuir para a qualificação de mão-de-obra que atenda às demandas do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, gere cidadãos que, profissionalizados, possuam emprego e renda para atendimento de suas necessidades pessoais, de suas famílias, da comunidade e de nosso País.